top of page

Língua Portuguesa

Próximos, mas diferentes: Diga não ao portunhol!
Se se perguntar a um português se fala espanhol, a resposta será: "Dá-se um jeito", mesmo que não domine a língua de Cervantes. A atitude do hispanofalante poderá diferir em função do país de origem, mas, em muitos casos, pensa que o facto de ser capaz de ler o jornal em português sem grandes dificuldades é passo andado para a fluência oral. Tanto num caso como noutro, a aprendizagem formal rapidamente confirma o ditado popular, segundo o qual: "Nem tudo o que parece é". É que vista à lupa, esta proximidade entre as duas línguas europeias mais faladas no mundo depois do inglês está minada de armadilhas.
Veja-se, a propósito, as seguintes frases ditas em portunhol, como é vulgarmente designada a interlíngua gerada pelas interferências do espanhol no português e vice-versa: "A que hora começam as classes?", "Vamos a pedir uma botella de água", "Me gosta Lisboa", "Espera um rato".
O que fazer para evitar o portunhol? Em primeiro lugar, é importante admitir que embora o português e o espanhol tenham afinidades, também se afastam em muitos aspetos.
No campo lexical, por exemplo, existem os chamados falsos amigos, ou seja, palavras que se aproximam na grafia ou na pronúncia, mas que têm significados completamente diferentes. Não menos dignos de nota serão as fórmulas sociais, os provérbios, as expressões idiomáticas e a gíria, uma vez que não só surpreendem pelas diferenças como podem gerar mal-entendidos.
No que concerne à gramática, há inúmeras questões a considerar. Dado que a lista é extensa, referem-se apenas alguns exemplos, como as contrações das preposições a, de e em com os artigos e os demonstrativos; o uso, a forma e a posição dos pronomes pessoais, a distinção entre o pretérito perfeito simples e o pretérito perfeito composto ou a inexistência no espanhol do infinitivo pessoal.
Não menos exigentes serão os desafios colocados pelo sistema fonológico português. Quer fazer um teste? Pronuncie as palavras: "João", "azar", "chegar", "amanhã", "viver".

lusófonos.jpg

Variantes do Português

PORTUGAL

Gramática
Emprego de a + infinitivo
Colocação dos pronomes
Utilização dos artigos definidos
Verbo ter como auxiliar

​Léxico
Formas de tratamento (tu/você)
​Nós

BRASIL

Gramática
Emprego do gerúndio
Colocação dos pronomes
Não utilização dos artigos definidos
Verbo haver como auxiliar

Léxico
Formas de tratamento (você)
A gente

Atividades

1

Museu Língua Portuguesa

Museus há muitos, más já tinhas pensado num museu dedicado à língua? Pois é, há um museu no Brasil que é o primeiro no mundo e que é totalmente dedicado à língua portuguesa. Queres saber mais? Ouve o texto e responde às questões.

a) Local da inauguração do museu.
b) Data da construção da Estação da Luz.
c) Quem desembarcava neste local?
d) Razão pela qual é um projeto inédito.
e) Número de habitantes da cidade de São Paulo.
f) Razão da escolha da cidade de São Paulo para albergar o museu.
g) Número de países e continentes em que se fala a língua portuguesa.
h) Nome da escultura que se encontra à entrada do museu.
i) A primeira experiência dos visitantes com a língua portuguesa ao entrarem no museu.
j) Que palavras usa o compositor na música?

FONTE: Na Crista da Onda 4 - Faixa A29

Língua: Vidas em Português

2

O documentário "Língua: Vidas em Português" fala-nos da Língua Portuguesa no mundo. Veja-o para compreender melhor o papel da língua portuguesa no mundo, e realize as seguintes tarefas.

2.1. Leia as seguintes afirmações que abrem o documentário e explique-as com as suas palavras.

IMAGE 2023-03-28 13_25_49.jpg

2.2. Veja com atenção o excerto do documentário (4:18- 6:30 ) dedicado ao testemunho de Mia Couto, escritor moçambicano, e indique se as seguintes frases são verdadeiras ou falsas. Corrija todas as informações incorretas.

a) Mia Couto já morou na ilha da Inhaca.
b) Atualmente, Mia Couto vai muitas vezes a esta ilha para desenvolver o seu trabalho de biólogo.
c) Comparando com Maputo, a ilha da Inhaca é um lugar desenvolvido e moderno.
d) A ilha da Inhaca e a cidade de Maputo localizam-se em países diferentes.
e) Para este moçambicano, a língua portuguesa é estática, não muda.
f) Segundo Mia Couto, a diversidade cultural dos falantes de língua portuguesa torna a língua mais pobre.
g) A língua portuguesa apresenta variantes de acordo com os povos que a falam.

2.3. Leia um excerto do testemunho de José Saramago, escritor português prémio Nobel da Literatura, e complete com as seguintes palavras. Depois, corrija com o vídeo.

aprendeu / espaços / transformações / arquivos / guardava/ atmosferas / oito / mas / espalhado / memória / escreve / lá / coisa / norte / tinha / língua portuguesa / reunidos

Lisboa é ao mesmo tempo muitos ___________ reunidos num espaço, mas ao mesmo tempo, muitos tempos __________ num tempo... E é, sobretudo, uma ___________. Eu continuo a encontrar em Lisboa aquilo que eu __________ na memória: certos lugares, certas ruas, certas praças, certas _______, certa luz...
Quase me apetece dizer que não há uma _____________, há línguas em português. Não se fala da mesma maneira no _____________ de Portugal do que se fala no Sul. Não há um padrão. É uma língua que _________ de como... inevitavelmente, teria de passar, claro, por _________ segundo os lugares onde a falam, as culturas, as influências, __________ isso não tira nada à evidência de que se trata do corpo da língua portuguesa, é um corpo __________ pelo mundo.
​Nós temos sempre necessidade de pertencer a alguma coisa e parece que a liberdade plena seria de não pertencer a __________ nenhuma! Mas como é que se pode não pertencer à língua que se ________, à língua com que se comunica e, neste caso, à língua com que se ___________? Pensemos que são, no nosso caso, ___________ séculos de pessoas a falar português, muita coisa se perdeu, evidentemente, mas aquilo que os ___________ e as bibliotecas guardam dava para passar ___________ a vida inteira mergulhado na língua portuguesa...

3

Jorge Amado era um escritor brasileiro. Por isso, na sua obra "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá" abundam situações onde nos apercebemos que o português do Brasil é diferente do europeu. Procura no seguinte excerto exemplos para explicares as diferenças entre as duas variantes do português.

Quando a Primavera chegou, vestida de luz, de cores e de alegria, olorosa de perfumes sutis, desabrochando as flores e vestindo as árvores de roupagens verdes, o Gato Malhado estirou os braços e abriu os olhos pardos, olhos feios e maus. Feios e maus, na opinião geral. Aliás, diziam que não apenas os olhos do Gato Malhado refletiam maldade, e sim, todo o corpanzil forte e ágil, de riscas amarelas e negras. Tratava-se de um gato de meia-idade, já distante da primeira juventude, quando amara correr por entre as árvores, vagabundear nos telhados, miando à Lua Cheia canções de amor, certamente picarescas e debochadas. Ninguém podia imaginá-lo entoando canções românticas, sentimentais.
Naquelas redondezas não existia criatura mais egoísta e solitária. Não mantinha relações de amizade com os vizinhos e quase nunca respondia aos raros cumprimentos que, por medo e não por gentileza, alguns passantes lhe dirigiam. Resmungava de mau humor e voltava a fechar os olhos como se lhe desagradasse todo o espetáculo em redor. 
Era, no entanto, um belo espetáculo, a vida em torno, agitada ou mansa. Botões nasciam perfumados e desabrochavam em flores radiosas, pássaros voavam entre trinados alegres, pombos arrulhavam amor, ninhadas de pintos recém-nascidos seguiam o cacarejar de orgulhosa galinha, o grande Pato Negro fazia a corte à linda Pata Branca, banhando-a na água clara do lago. Folgazões, os cachorros divertiam-se saltando sobre a grama.
Do Gato Malhado ninguém se aproximava. As flores fechavam-se se ele vinha em sua direção: dizem que certa vez derrubara, com uma patada, um tímido lírio branco pelo qual se haviam enamorado todas as rosas. Não apresentavam provas mas quem punha em dúvida a ruindade do gatarraz? Os pássaros ganhavam altura ao voar nas imediações do enconso onde ele dormia. Murmuravam inclusive ter sido o Gato Malhado o malvado que roubara o pequeno Sabiá, do seu ninho de ramos. Mamãe Sabiá, ao não encontrar o filho para o qual trazia alimento, suicidou-se enfiando o peito no espinho de um mandacaru.” 

4

Ouça as música Nada é para sempre e Noite dos cantores Diogo Piçarra (português), Ivandro (luso-angolano) e Vítor Kley (brasileiro) e repare nas diferenças. Faça as tarefas propostas.

  • Facebook - White Circle
  • Twitter - White Circle
  • Instagram - White Circle
bottom of page